The One Million Dollar Question
Pedro Alves
Randonneurs Portugal Nº201000001
Paris Brest Paris 2015
Porque é que fazes isso? – Perguntava o meu sobrinho André do alto dos seus cinco anos”.
Responder à pergunta é difícil, disse-lhe que fazia porque podia, porque conseguia… porque mais uma vez consegui.
O que ganhas nessa corrida? – Retorquiu…
Disse-lhe que não era uma corrida e que não ganhava nada… Deve ter achado a resposta desinteressante e voltou à sua brincadeira… sinal de inteligência do petiz.
Fiquei a pensar…
Afinal, o que ganhei em pedalar os 1230 km deste Paris-Brest-Paris?
Os tais 1230 km… Do tal Paris Brest Paris Randonneur…O tal que 5300 seres de todo o mundo tentam concluir
Chegar a Paris
Dois dias para conduzir de Lisboa à cidade da luz… A versão “emigrante non-stop” não é para mim, pedalar 1230 km é cansativo suficiente. A viagem durou tempo suficiente para refletir no que me esperaria.
Chegar a Paris é já uma aventura, a opção pela magical support van, torna a logística pesada e cara. A ideia de comer o que gosto e de dormir na “minha cama” sobrepõe-se.
Pedalar para dormir… Quando se tem esse objetivo a qualidade da cama é relevante
Habitar em áreas de serviço francesas, pagar 3€ por uma meia de leite, não ver terrenos não produtivos e ver o gasóleo mais barato do que em Portugal…chegou-se bem e a tempo.
Em Paris
Paris é pequena… ainda à procura de lugar para estacionar e encontramos o Valter… coincidências!
No parque de campismo, estávamos prontos para “receber visitas”… Lá reencontrámos o Paul e o Stuart… Irlandeses que nos visitaram no Portugal Além Tejo 1000 k e o Nick, nosso amigo de Atenas.
O Brian dos NC Randonneurs que após o pre ride a Gambais, “aquecimento tradicional” dos randonneurs da Califórnia, percebeu que os GPX estavam truncados. Claro… quem melhor que eu… para ajeitar tracks de GPS.
Lá o tentei convencer que o GPS é interessante para andar no mar ou em locais onde a vida depende do “rumo” e que no PBP havia setas, pessoas, 5000 randonneurs. Como não o convenci, lá consegui resolver o problema… 2 horas depois.
Reencontrámos alguns dos ilustres randonneurs da comitiva portuguesa, falámos do que nos esperava pela frente.
Entre muitas fotos e reencontros fiz o bike check (aligeirado para os nossos padrões) no dia anterior ao escolhido. Valeu uma valente cházada da voluntária chefe… com toda a razão… fica a emenda.
Voluntários, turnos de 12 horas. Impressionante a capacidade de dinamizar e organizar 3000 voluntários para suportar o PBP, sem estes não há PBP. Sem pessoas dispostas a fazer coisas… não há coisas…
Domingo, dia de saída dos Portugueses… de quase todos
Estranho, ver todos saírem e aguardar pelas 05 da manhã de segunda-feira. Do mal, o menos, tirei fotos a todos os portugueses, ou quase… Faltou um dos dois portugueses emigrados em França que também integra os “portugueses” no PBP de 2015.
As minhas 77 horas e tal a pedalar
De saída
Boas notícias. Na noite de domingo consegui dormir umas 6 horas… não foi mau de todo.
Más notícias. Para mim pedalar às 05:00 (as manhãs deveriam todas começar às 11:00) é tão natural como correr uma maratona a fazer o pino. Preço a pagar para não interromper os ciclos do sono nos dias subsequentes e tentar pedalar maioritariamente de dia.
1º dia
A saída das 84 horas é rápida, espectável… a questão é quanto. Rápida demais…
Percorridos os 200 km até Villaines-la-Juhel era evidente que estava rodeado de gente muito rápida e leve… restava-me gerir o dano destes 200 km e seguir o meu caminho.
O percurso de Villaines-la-Juhel a Fougères foi difícil, o vento de N que por ali andava era pouco propício a tiradas solitárias. Uns 30 km depois tinha ganho novamente controlo sobre o meu estado e comecei a pedalar com a cabeça, mas a minha vida não estava fácil.
Encontrei uma companhia de 2011, o mundo é pequeno. O Paolo um italiano do “Ride to the finish” que, como eu, se arrastava… lá fui, tentando recuperar, comendo e bebendo. Seguia na companhia de “X” e “Y” das 84 horas que, a qualquer momento, regressariam a andamentos difíceis de acompanhar.
De Fougères e Loudéac regressei a mim… finalmente.
Uma outra companhia encontrou-me, pouco usual esta, um francês, o Didier, de Marselha, moço nos seus 50 kg com uma bicicleta de 7 kg, rodas de carbono perfiladas… um verdadeiro randonneur, estava mesmo a ver-se.
Há uns anos percebi que nem todos os tipos rápidos são idiotas, o Didier confirma a teoria, entre as “subidas Didier” e as “retas Pedro” chegámos a Loudéac melhor que sozinhos.
Reencontrei o Valter… ele a sair e eu para dormir.
Dormir… o aspeto mais positivo do dia
Dormir 7 horas em Loudéac era o que se seguia. Tinha tido um dia difícil em que me questionei se ainda estava para me sujeitar a isto. Dormi sobre o assunto.
2º dia
Eat, Sleep and Ride
O segundo dia começou bem. Ir a Brest e regressar a Tinténiac para dormir novamente não seria fácil. Estava a replicar a estratégia de 2011, implicava não me distrair muito.
Em 2011 percebi que as estradas Bretãs além de terem vistas bucólicas e vilas com arranjo imaculado têm pisos difíceis. Dificuldade acrescida para spinners como eu que colocam pouco peso nos pedais, problemas adicionais de traseiro…portanto.
Utilizado todos os truques da mala do sport billy e o regressivo nos 5 minutos para me “obrigar” a alternar a posição, alongar… beber… tinha de ter cuidado com danos “colaterais”.
Para Carhaix pedalei com um grupo de randonneurs em que era o elo mais fraco. Já estou habituado, pois de ciclista tenho pouco… às vezes consigo manter estas companhias porque, embora pedale bem menos, devo ter lido uns livros a mais…. E lá fui entre um Texano com uma Moots de suspensão traseira (interessante…), um neozelandês e um francês.
Chegado a Carhaix havia que comer… o 1º almoço do dia.
Há que seguir para Brest que não é já ali… Diz-se que existem uns montes pelo meio, eu não gosto de montes… foi para os evitar que inventaram os túneis… argumento pouco convincente para quem se propôs a percorrer 1230 km de bicicleta e não de carro ou de comboio. Bon courage!
Chegar a Brest!
Para Brest cruzei-me com o Rui, com o Manuel, com o José e com o Carlos… Jerseys distintivos como os nossos reconhecem-se à distância!
E cheguei à ponte de Brest… com um trio de ingleses incrível, além de uma indumentária irrepreensível, Rapha style, estavam no grupo errado, “A” disfarçados de “T”.
Depois de lhes ter agradecido uma boleia de 15 km, dizia-me um, com tom sério: “We ride two hours and we rest one, this way we can really enjoy the ride”… já percebi… foram simpáticos e tiraram-me a foto na ponte de Brest.
Por Brest e pela 1ª vez cruzou-me no pensamento a ideia de que poderia conseguir fazer esta “maluqueira”
Regressar a Paris…
Reencontrei o Jack, ativista da refletividade nos SFR, com um jersey dos Randonneurs Portugal… poucos mas bons… não deixei de pensar.
De Brest a Carhaix, troço em que pedalei mais descontraidamente na companhia do Will dos BC Randonneurs com quem vim à conversa. Tinha uma bandeira na minha bagageira que despertou a atenção… oportunidade para aprender mais sobre BRM grandes e dar a conhecer um pouco da história do nosso pequeno país.
A vida aos 700 km corria-me bem, não fossem as subidas… teria corrido ainda melhor… despedi-me do Will dos BC Randonenurs
Mais à frente fui encontrado pelo Hans e por um Neozelandês de quem me lembrava do difícil 1º dia, dois moços grandes… muito grandes… que nas horas livres poderiam ser concorrentes dos concursos de strongest man rolando pneus de trator ou puxando camiões… felizmente as subidas subiam e eu era o peso pluma do trio.
Perto de Carhaix despedi-me do neozelandês, moço simpático e conversador que tinha pedalado por toda a Europa.
Foi também por esta altura que percebi que estou fora de moda, para além de pertencer aos 10% com pêlos nas pernas, os meus calções não são transparentes o que certamente abonará a meu favor considerando “as vistas”.
Não era o único fora de moda… dos 10 portugueses ninguém optou por pano e resina. Tínhamos ferro, titânio e alumínio de várias proveniências… metais…porque será…
Na última curva antes do controlo parti o cabo do meu desviador, bom timing! Randonneur prevenido tem um cabo e sabe o que fazer com ele, 15 minutos depois já tinha mudanças. Single speed não é para os meus joelhos.
Loudéac é já a seguir…
O mundo é pequeno ;-) Reencontrei o Manuel Miranda e pedalámos juntos até Loudéac
O modelo lobo solitário é um recurso essencial para pedalar para longe, mas com companhia os km voam de outra forma. Chegámos a Loudéac noite dentro. O Manuel ficou para passar pelas brasas. Eu jantei e segui para Tinténiac… esperava chegar às 2 da manhã… para dormir, claro está!
Tinténiac… são “só” mais uns 80 km
Dormir em Tinténiac permite-me no 3º dia ter escolha, dormir uma 3ª noite em Dreux ou continuar para Paris. Isto traz-me paz de espírito.
Sozinho, esta é uma hora morta, já é raro encontrar participantes das 84 horas… quem opta por dormir pouco já está noutras paragens, quem dorme, tipicamente fica em Loudéac.
O percurso é rolante e com piso aceitável, não está frio, não chove e a minha luz de dínamo é realmente poderosa mesmo com carros em sentido contrário e muito cansaço à mistura. De quando em quando encontro randonneurs com luzes da frente más de mais… descortinar o caminho com luzes da treta deve dificultar-lhes a vida… ou têm olhos de morcego, eu não tenho.
Mesmo a chegar a Tinténiac encontro novamente o Didier… vou dormir na magical support van.
O 3º dia
Para mim, o PBP, tem tanto de pedalar como de conseguir dormir e comer, dormir 2 horas não é para mim, dormir quando calha, isso então…
6 horas depois… são 09:00 da manhã. O 1º pequeno-almoço do dia, seguir para Fougères, faz-se tarde.
Este percurso faz-me sempre confusão… ver pela manhã filas intermináveis de randonneurs que pedalam lentamente na tentativa de se manterem acordados como podem e conseguem…
Fougères 1º almoço do dia, e uma visita na magical suporta van, o Tiago que desde logo me diz
“… Eu estou por aqui… mas tu vai à tua vida…”
Humm… ora aqui estava um dilema… este moço sabe andar de bicicleta… coisa mais rara do que parece… boa companhia até Fougères.
Retorqui ”…Deixa-te de tretas, vamos carimbar e embora, faltam 400 km para Paris”. A assim foi… descansar nas subidas, como manda a tradição… e pedalar a direito e a descer.
2º almoço, numa pizzaria… que não tinha pizzas… tinha massa, em 20 minutos comemos e retomámos caminho… O Tiago, inconformado com a rapidez do repasto… tínhamos 300 e muitos km para a digestão.
Shit happens
Há formas de não conseguir prosseguir caminho….
“ Pedro estou com dificuldade em olhar em frente ”. Este foi o princípio do meu outro PBP com o Tiago
Merda pensei! Shermers neck… não acredito nisto! Era o que faltava…
Parámos e começamos a fazer cenas – Esta seria a 1ª de muitas cenas que conjuntamente fizemos. No final, o Tiago ganhou a minha admiração e espero que a de todos os randonneurs… pois as cenas dos próximos capítulos são para ser digeridas por “gente especial”…. e mesmo estes não estão a ver o filme todo, pois não passaram pela realidade… o Tiago passou.
Na estrada os recursos são escassos, tínhamos… o meu camelback… camaras de ar… eu… (que li e já vi esta coisa do shermers neck acontecer) e o pescoço do Tiago.
Com o objetivo de diminuir pressão no pescoço atámos câmaras-de-ar do capacete ao camelback… Sabia que era um paliativo, um placebo… tínhamos de arranjar rapidamente um colete cervical… por agora o importante era o tendão do pescoço não colapsar totalmente.
Pedalámos como loucos… o up-time de pescoço é curto… e o colete cervical estava a duas horas em Villaines-la-Juhel.
2ª cena. Bike fit on the road…
Km mais à frente era evidente que se conseguisse dar um jeito à posição na bicicleta… a viagem poderia ser menos penosa… achava eu.
Como é que conseguiria transformar uma bicicleta “normal” num meio de transporte onde o tronco ficasse vertical e ainda assim as mãos chegarem ao guiador? Livros e Criatividade…
Como a sorte protege os audazes o Tiago tem um avanço ajustável em altura. Uma bela peça que deu um jeito incrível… Invertemos o guiador e voilá… um reach de “bicicleta de cidade”.
Tínhamos agora um randonneur cujo guiador eram as… manetes… 20cm acima da posição original, podia ser pior!
O revés da medalha é que os rapazes que lhe montaram a bike foram muito poupados nos cabos… enfim… o que obrigou a desafinar os travões… nós não queríamos travar mas sim andar.
3ª cena. Nova rotina, pedalar 10km, descansar 3 min
Rotina, fácil… não fosse o estado de exaustão a que o Tiago estava sujeito… a berma passou a ser a nossa banca de estiramentos… com menos lixo que as bermas portuguesas.
Villaines-la-Juhel
A magical support van tinha um colete cervical francês… fazendo jus ao “magical”. Comemos, o Tiago deitou-se 5 minutos e foi ao posto médico fazer a pergunta difícil “…Esta cena é reversível, posso continuar enquanto conseguir?” A resposta têm de a perguntar ao Tiago ;-)
A Filomena com ar sério perguntou-me: ” O que vais fazer, Pedro? “
A minha resposta foi automática…. ” Este moço pedala bem, tem a cabeça a funcionar, quer chegar ao fim… e não consegue ver mais do que um metro à frente da roda frente… sozinho tem poucas hipóteses. Vamos então para Paris ”
Tinha planeado concluir o PBP nas +- 70 horas, fiz uma troca. Uma boa troca
Estes 300 km trouxeram-me muito mais do que meia dúzia de horas a menos, aprendi e experienciei coisas que tinha visto “nos filmes”… os filmes não são a realidade.
Um teste ao saber, à resiliência e à capacidade de alguém que não me conhece bem “confiar na minha roda…” como se a vida dependesse disso.
4ª Cena… English gentlement on the road
De Fougères a Mortagne-au-Perche iríamos perceber até que ponto tínhamos condições mínimas para chegar a Paris… “estávamos a andar”.
Este percurso era ondulante, permitiu andar a um ritmo que não comprometia chegar, eram muitos os randonneurs que passavam. Um indicador que tínhamos era estar rodeado de participantes das 90 horas, que tinham de chegar quando nós… se havia muitos, estávamos bem!
Nunca falei tanto durante tanto tempo… esquerda, direita, vamos subir, vamos descer… carro a passar… buraco. Esta hiperatenção a tudo o que nos rodeava descentrou-me das minhas dificuldades individuais.
No meio do “drama” instalado ainda nos rimos… O 1,95m do Tiago, a posição vertical e o colete cervical davam-lhe um ar composto, tendo desenvolvido técnicas para disfarçar a “cabeça caída”… coçar o nariz agarrando a cabeça, a coçar a testa agarrando a cabeça… enfim.. tudo para “salvar a face” em momentos chave -;) …
A competência mais desenvolvida foi… pedalar com uma mão a segurar o queixo… só visto… escrito tem menos graça… sendo que em 99% do tempo não teve graça nenhuma.
A subida para Mortagne-au-Perche adivinhava o que nos esperava nos km para Dreux...
Em Mortagne-au-Perche, a 5 km/h, íamos “atropelando um carro”… o único percalço que tivemos nestes 300 km. Respirámos fundo.
Comemos, e reencontrámos aqui o Paulo, o Luís e o José Almeida.
5ª cena… Tempos difíceis
Em Mortagne-au-Perche tínhamos de decidir se dormíamos ou continuávamos para Dreux… a decisão fácil seria ficar aqui
A decisão difícil… foi continuar para Dreux. Enfrentando o cansaço instalado, as cenas seguintes mostraram que se aqui ficássemos as nossas possibilidades de chegar a Paris ter-se-iam reduzido muito.
Assim que as primeiras subidas se instalaram era evidente que tinha sido pouco inteligente sair para Dreux. A capacidade de resiliência do Tiago era posta à prova de formas “acima do expetável”. A mim competia-me ajudar como conseguisse e soubesse e tentar manter o foco para chegarmos a Dreux a horas que nos permitissem dormir e sair de manhã para Paris.
Umas vezes descansando na manta térmica… outras andando de formas criativas… o top da criatividade passava por nos encostarmos lado a lado, o Tiago tentando descansar o pescoço e eu tentando subir pelo dois…. Umas vezes conseguia outras não… não desistimos.
O meu tendão de Aquiles começou a acusar a criatividade. Menos mau era descer numa lógica de fly by wire confiando-se no meu instinto para prever alterações de direção e na capacidade do Tiago para manter a concentração e não adormecer.
Ver alcatrão 1,5m à frente da roda durante 300 km… era “digamos”… aborrecido…
Na minha cabeça só existia um pensamento “…Só temos de ter tempo para dormir em Dreux… depois nem que tenhamos de ir a pé, chegámos…”
O Tiago persistiu e sobreviveu a estes 80 km de forma estóica… cada km demorava “horas a percorrer…”. O conta km contrariava-nos.
Chegamos a Dreux… um olá rápido ao Paulo e ao José Almeida que tinham chegado. Se em algum momento a magical support van precisava de ser magic era agora… 3 horas para dormir e 45 segundos após chegarmos dormia-se. Precisávamos desesperadamente de um pescoço novo para chegar a Paris.
Cena final
Rise and shine!
A chover… ótimo… com nevoeiro… excelente… resmas de participantes numa estrada com trânsito… melhor. Antevia o meu papel de “bicicleta guia” mais difícil e o risco de cairmos maior.
As boas notícias… o pescoço estava muito mau, mas já tinha estado pior. O meu tendão de Aquiles não era da mesma opinião… mas nesta fase era mais ou menos irrelevante.
Mantivemos as paragens. No caminho parámos num café onde ofereceram água com açúcar… “pois o meu companheiro estaria com ar de ter a tensão baixa”… Expliquei em francês macarrónico que era um problema de “douleur du cou”… pescoço portanto. O café era bom, os bolos idem.
Nos últimos km muitos participantes olhavam para nós com ar estranho, estávamos fora do que “é comum”. Conseguíamos andar sem nos arrastarmos, a direito e a descer “lá íamos” duas bicicletas que pareciam uma tandem … a subir a conversa era outra, neste Yo-Yo este com menos de 600 km… estávamos por ali.
Bonjour Paris!
O Tiago chegou, uma chegada poderosa e emotiva ao velódromo concluindo o Paris-Brest-Paris!
Quis o acaso, uma tonelada de determinação, resistência, resiliência e companheirismo, que a aventura do Sir Tiago e do moço do colete cor-de-rosa tivesse sucesso… Uma história que estará no top das vividas pelos Randonneurs Portugal.
Obrigado Tiago!
Eu…
Acho que só cheguei mais tarde… fiquei a pensar nesta cena radical.
Ganhei consciência de uma arte que não sabia possuir “a arte para pedalar mais uma vez 1230 km (claramente esta não é a minha distância… todos temos uma), ou fazer outras cenas igualmente difíceis, árduas, a roçar o pouco razoável, partilhando esta concretização, um ganhar/ganhar”. Fixe!
Conclui que este é o espírito “que interessa, o tal que faz a diferença”…. nos Brevets e noutras cenas da vida!
My one and only… magical support van
Obrigado Filomena.
A minha “magical support van”… muitas vezes “emprestada” aos restantes Randonneurs Portugueses… uma vez mais aqui também… sem a qual eu nunca teria percorrido 2 x PBP; 2 x Portugal Além Tejo 1000 e 7 x Portugal na Vertical 600.